Satélite Amazonas 1 fará par com satélite Galaxy 11 na posição 55,5ºW
O SATÉLITE AMAZONAS 1, que atuou durante muito tempo na posição orbital 61ºW ao lado do
satélite Amazonas 2 e posteriormente Amazonas 3, foi retirado desta
posição com informações de diminuição da sua capacidade de transmissão e
problemas pontuais.
O satélite foi deslocado em direção ao leste, para ficar mais próximo
à Europa e no primeiro trimestre foi anunciado que o Amazonas 1 seria
usado para a transmissão dos jogos da Copa do Mundo para as emissoras
associadas ao grupo Hispasat.
Parecia ser este o último suspiro de vida do satélite Amazonas 1, mas surpreendentemente, não é.
O grupo Hispasat, dono do satélite, representado no Brasil pela
Hispamar, que é quem administra o satélite Amazonas 1, anunciou um
acordo com a Intelsat, dona, entre outros, dos satélite Galaxy 11, que
transmite a GVT TV, e do INTELSAT 11, que transmite a SKY.
E é, inicialmente, na posição do satélite Galaxy 11, o primeiro teste
desta parceria, pois a Intelsat cede espaço nesta posição, 55,5ºW, para
o satélite Amazonas 1, da Hispasat.
Nesta posição a Hispasat vai fazer link para as transmissões da Copa
do Mundo, e posteriormente, reforçar a capacidade de transmissão de
canais para as operadoras de TV por assinatura na América Latina.
Mas é interessante salientar que para a transmissão da Copa do Mundo o
Amazonas 1 ainda tem capacidade suficiente, pois esta transmissão não
irá exigir tanto do satélite.
Já para a transmissão de pacotes de canais para operadoras de tv,
provavelmente, não será possível utilizar o Amazonas 1, pois ele já foi
retirado da posição 61ºW por ter diminuído a sua capacidade de
transmissão naquela posição, que segue ainda deficiente de transpondes,
frente aos recentes problemas enfrentados pelo satélite Amazonas 4A, que
foi lançado em março para ocupar também a posição 61ºW.
A parceria entre Hispasat e Intelsat, então, nos faz entender que o
objetivo principal não é reaproveitar o satélite Amazonas 1 e muito
menos reforçar a posição 55,5ºW.
O que com certeza estão de olho as duas empresas é fazer frente à
concorrência de outras grandes administradoras de satélite como a
Embratel e a SES, já que novas operadoras de tv por assinatura vão
surgir na América Latina, ainda sem terem definido os satélites que
deverão usar, e também as atuais operadoras precisam de mais satélites
para fazer frente à concorrência das antigas e novas operadoras.
Tanto Intelsat quanto Hispasat tem importantes posições orbitais na
América Latina que podem, inclusive, fazer enlaces com a Europa.
Esta parceria entre as duas abre a possibilidade de lançamento de
mais satélites para as duas administradores sem a necessidade de
investirem grandes quantias de dinheiro nos leilões de posições orbitais
feitos pelo governo brasileiro.
Irão as outras administradoras de satélite se mexerem em relação a isto?
Qualquer doação é bem aceita ....