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Veja os satelites que 'morreram' ou falharam em 2013

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Telescópio espacial Herschel é um exemplo de instrumento que precisa de suprimento constante de energia. (Foto: C. Carreau / ESA)
Do G1, em São Paulo.
Em 2013, pelo menos nove missões científicas espaciais deram adeus a seus satélites e sondas. Entre os motivos, estão falha mecânica, fim do combustível, perda de comunicação e falha no lançamento, o que ocorreu em dezembro com o Cbers-3, uma parceria entre o Brasil e China. Relembre os satélites e sondas que terminaram suas missões em 2013:
Herschel
Em abril, o telescópio Herschel, enviado ao espaço em 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA), encerrou suas atividades de observações após consumir toda a reserva de hélio líquido que resfriava seus instrumentos. Uma das suas principais funções era estudar a formação das estrelas.
O Observatório Espacial Herschel, nome oficial do equipamento, acumulou mais de 25 mil horas gravadas de dados científicos e fez aproximadamente 35 mil observações espaciais no período em que esteve em operação. A ESA o avaliou como o maior e mais poderoso telescópio infravermelho já lançado ao espaço.
O Herschel encontrou moléculas de oxigênio e de gases nobres no espaço, detectou onascimento de estrela giante, a existência de uma “fábrica de estrelas”, entre outras descobertas.
Landsat 5
Em junho, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) transmitiu o último comando para o satélite Landsat 5. Ele era administrado em parceria com a Nasa e havia sido lançado ao espaço em 1984. Em 29 anos e 3 meses de operação, o Landsat 5 orbitou o planeta Terra por mais de 150 mil vezes e transmitiu mais de 2,5 milhões de imagens da superfície da Terra, segundo o USGS.
O Landsat 5 documentou secas, inundações, cheias de rios, erupções vulcânicas, desmatamento, a influência humana sobre o ambiente, entre outros fenômenos. O satélite foi o principal instrumento usado para monitoramento remoto da Amazônia, oferecendo dados para o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), do Ministério do Meio Ambiente do Brasil.
Segundo o USGS, o Landsat 5 entrou para o Guinness Book por ser a missão de satélite de observação da Terra mais longa da história.
Jason-1
O satélite Jason-1, que acompanhou o aumento do nível do mar por mais de uma década e ajudou meteorologistas de todo mundo a realizar melhores previsões de tempo, entrou em colapso em julho.
O equipamento foi construído por uma parceria entre os Estados Unidos e a França, sendo lançado ao espaço em 2001. De acordo com a Nasa, o satélite vai permanecer em órbita por pelo menos mil anos antes de cair em qualquer parte do planeta.
O Jason-1 foi responsável por realizar uma vasta varredura da superfície dos oceanos, realizando medições precisas sobre a altura das ondas e as mudanças de temperatura nos mares.
Segundo os cientistas, o equipamento também foi fundamental para controlar dados sobre o El Niño, fenômeno caracterizado por aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico perto dos trópicos e que afeta o regime de chuvas nessas regiões.
Kepler
Em agosto, após falhas no telescópio, a Nasa anunciou que parou de tentar solucionar os problemas apresentados pelo Kepler, que foi lançado em 2009 com a missão de buscar provas da existência de planetas similares à Terra fora do sistema solar.
O aparelho apresentou falha no sistema de direção. Foi perdido o controle de dois de seus quatro rotores, utilizados para estabilizar o telescópio e ajustar a direção de suas lentes.
O Kepler vigiou mais de 150 mil estrelas na busca de planetas ou candidatos a planetas a 64 milhões de quilômetros da Terra. Entre suas descobertas, detectou novo planeta a 700 anos-luz da Terra.
Durante seus primeiros anos de missão, encontrou 132 planetas fora de nosso sistema solar. Em novembro, a Nasa divulgou que, segundo dados do Kepler, um quinto das estrelas parecidas com o Sol tem planetas habitáveis.
GOES-12
Ainda em agosto, a vida do satélite GOES-12, monitorado pelo NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos) chegou ao fim. Lançado em 2001, ele teve a missão de monitorar o tempo na costa leste dos Estados Unidos, parte do Oceano Atlântico, e na América do Sul. Detectou desde pequenas tempestades até os eventos climáticos mais devastadores, como o furacão Katrina, que passou pelos Estados Unidos em 2005.
Planck
Outro telescópio da ESA, o Planck foi desativado em outubro após quatro anos e meio de operação.
O Planck, que iniciou sua missão em 2009, era capaz de detectar com uma sensibilidade sem precedentes, a radiação de fundo de micro-ondas (CMB, por sua sigla em inglês), ou seja, a radiação fóssil do Big Bang. Seus dados permitiram elaborar a mais precisa imagem disponível do Universo em sua infância.
O primeiro mapa detalhado da radiação CMB capturada por Planck foi revelado no início deste ano. Os próximos dados cosmológicos obtidos serão divulgados em 2014.
GOCE
Em novembro o satélite Goce, de uma tonelada, fez reentrada programada na atmosfera da Terra e se desintegrou após cruzar o céu sobre a Sibéria, os oceanos Pacífico e Índico e a Antártida, segundo a ESA.
O satélite foi lançado em 2009 para mapear o campo gravitacional da Terra e ficou sem combustível em outubro de 2013, terminando sua missão no espaço.
Durante sua missão, o GOCE captou as vibrações de terremoto que atingiu Japão em 2011, forneceu dados que traçaram mapa preciso da gravidade terrestre e que ajudaram a criar mapa em alta resolução do interior da Terra.
Cbers-3
Uma falha na terceira e última etapa do lançamento do satélite sino-brasileiro Cbers-3 fez sua colocação em órbita fracassar em dezembro. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o motor de propulsão de seu lançador, que era chinês, foi desligado 11 segundos antes do previsto,o que impossibilitou que o equipamento atingisse a velocidade mínima para ser mantido em órbita.
O projeto do Cbers-3 foi desenvolvido por parceira entre o Inpe e a Cast para coletar imagens de alta qualidade de atividades agrícolas do território brasileiro e contribuir com o monitoramento da Amazônia. Ele ajudaria no combate a desmatamentos ilegais e queimadas.
O governo brasileiro, que investiu R$ 160 milhões no projeto, declarou que pretende antecipar o lançamento do Cbers-4, que estava previsto para o final de 2015.
Deep Impact
Em agosto, a Nasa anunciou que sua sonda Deep Impact perdeu comunicação por rádio com a Terra devido a um suposto problema de software. A sonda (que não é um satélite, já que não orbita um corpor celeste) havia sido lançada em janeiro de 2005 com a missão de estudar de perto o cometa Tempel-1.
A sonda liberou um pedaço de metal de 372 quilos que colidiu contra o núcleo do cometa, provocando uma chuva de partículas para serem analisadas pela nave-mãe e por observatórios remotos.
Depois, a Deep Impact sobrevoou o cometa Hartley 2, em novembro de 2010, analisou seu núcleo e estudou outros objetos distantes. O cometa Ison, conhecido como “cometa do século”,também foi registrado pela sonda.

FONTE: Nasa, G1, OSUL.
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